A VONTADE DO PAI
Epílogo
Observo, por diferentes ângulos, que a sociedade sofre de uma queda nos valores.
Vêem-se crimes insuspeitados em famílias, escolas, universidades...
A barbárie choca intencionalmente aviões cheios de passageiros contra prédios também cheios de seres humanos...
Vê-se o desapontamento das pessoas que entregam seu tempo, sua energia quase totalmente a uma carreira profissional e no final as corporações não lhes recompensam a fidelidade e se desfazem delas por quem pede menor salário...
Ou o sofrimento dos que se aposentam ao constatarem que são vistos e tratados como se já não tivessem nenhuma utilidade social...
Há divertimentos para todos os gostos, festas e celebrações cheias de diversões, mas sem a renovadora alegria de estar com outros...
Observo algo como uma falta de raiz, como se cada indivíduo tivesse que criar suas próprias soluções, por si mesmo, inventasse outra vez a roda, como se o passado não servisse mais como guia...
E me pergunto: será que alguém se questiona "Há algo mais para se viver do que isto que vivo"?
Vê-se por outro lado, que individualmente as pessoas são boas, seja qual for a sua nacionalidade, fé ou falta de fé, raça, gênero, nível social... Que em geral há boa intenção, entusiasmo e solidariedade. O que lhes falta então?
Há um vácuo espiritual no centro da vida e o viver revela isto pela falta de uma visão organizada, construtiva, proativa, comprometida.
Falta um senso de EU SOU ISTO que eu sou. E isto é a base sobre a qual construo meu mundo. Isto é o que fundamenta a minha vida.
Quem tenta encontrar este centro no trabalho, encontra-se com a decepção...
Os que o querem construi-lo no seio da família ficam sem perspectiva quando os adolescentes insistem em que os deixem conduzir a própria vida; ou se vem sem nada quando já adultos cada um dos filhos vão para um lado e se encontram tão pouco...
E eu outra vez me pergunto: "como as gerações anteriores encontraram significado para a vida?"
Da minha parte estou apostando que o cumprimento da Vontade do Pai, através da construção de uma amizade verdadeira, íntima, sincera com Ele, e com as pessoas, é possível encher este burraco negro que nos consome por dentro.
É tempo de um Deus pessoal, um Pai, com quem se relacionar intimamente e expressar os valores mais elevados que Ele dispõe para cada um individualmente e para o conjunto: a humanidade. O preço são as profundas mudanças que estamos vendo.
Creio até que a sociedade de consumo já sabe que consumir, consumir, ter tudo que se quer, leva até a uma altura do caminho. Leva a uma vida confortável e materialmente tranqüila. O que é bom e necessário. Mas só até aí.
Assim, quem sabe, com as necessidades básicas satisfeitas, nos perguntemos, "qual é o próximo passo"? A partir deste ponto, com que avançará a sociedade? Para onde?
São as perguntas que me faço hoje e que compartilho aqui no blog.
Feliz tarde, amigo.
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