domingo, novembro 09, 2008

CIDADÃO COMUM


Parece que os tempos estão sinalizando
Um novo momento para a humanidade.
Momento de reconhecer que sou apenas
uma pessoa, uma pessoa comum.
Como tantos milhares de outras.

O momento nos induz, a todos,
A ter os pés bem no chão, pensar cada passo,
Viver com mais austeridade e
Assumir com firmeza aquilo que se é.
Orar e vigiar. Aceitar e conciliar.

Orar ao Pai! Vigiar-se a si mesmo.
Aceitar-se e conciliar as tantas partes
que compõe a unidade que se é.
Para mim, parece que estamos saindo
De um misto de sonho e pesadelo.

Sonho, porque parece inacreditável
Que vivi e vivemos tantos anos
Pensando ser especiais. Sim, somos
Porque cada um é exclusivo. Mas não somos,
Porque estamos todos no mesmo barco.

Pesadelo porque é sempre muito alto
O preço de se crer especial. Inclusive o financeiro.
Quem se crê especial necessita gastar muito,
Com coisas especiais,
Para continuar sentindo-se especial.

Agora, neste exato momento da Humanidade,
Constato, não sem desilusão,
Que eu sou uma pessoa comum.
Sujeita a todos os percalços de ser humano.
Antes não o podia ver.

Agora eu vi. Em mim e no mundo.
Talvez facilitada pelas circunstancias
deste ano de 2008 da era cristã.
E assustada também, com essa constatação.
Ser uma pessoa comum,.

Estar ujeita às mesmas leis que todos?!
É mais que assustador, aterroriza.
Melhor a ilusão de ser especial?
É muito pequeno!!!
É hora de arregaçar as mangas e trabalhar sério.

Mas como um pintinho que acaba de sair do ovo
Sinto-me frágil, muito frágil.
E ao mesmo tempo livre, muito mais livre.
Do estranho peso de pensar
ser o que não sou – especial.

Também me alegra que, como pessoa comum,
Me é permitido provar-me como sou,
E como é o mundo aqui dentro de mim.
Reduzindo o enorme poder
Que o mundo externo exerce em minha vida.

Como cidadão comum, eu sou ninguém,
E sendo nada, é possível ser livre para decidir e
Para assumir as decisões tomadas.
Há também mais liberdade para amar
E para estar com o outro.

Mais liberdade para ser o que eu sou
Porque já não sou um "pensar sobre mim"
Começo a ser real, concreto. E
Mais livre para aportar à vida o meu dom.
Livre para ver que se é o próprio universo.

Que não sou uma célula isolada
buscando a que se aglomerar
para ser algo e alguém.
Eu valho por mim, por ser e estar.
Mas sou comum. E mais livre.

Por Lei de Unidade
Todos o são. Todos estão.
Faço para o conjunto.
Isto é mais motivador,
E faz desejar fazer melhor.

Grata. Muito grata.

Feliz dia.

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