FIDELIDADE
Agoniado, meu coração me põe a cantar
uma canção de ninar criança;
uma canção de aliviar o cansaço do corpo;
uma canção de vagarosa entrega.
Meu coração anda distante, ocupado...
Não com as coisas com as quais desejaria ocupar-se.
Nem que esteja indiferente, distante.
Observando-o mais atentamente, parece tranqüilo.
Onde está meu coração?
De que se ocupa?
A quê entrega sua fidelidade?
Ele responde, e leva-me de viagem
a uma casa grande de sítio,
aos primórdios da minha infância...
Surpreendo-me!!!
Mas não é a casa de meus pais.
É a casa de meus avós paternos!!!...
Revejo-a curiosa... esta casa cheia de cuidados de avós,
cheia de tios e tias, cheia de muitos cheiros e canções,
uma casa onde eu posso dormir no banco da cozinha.
Aí está o meu coração! Seu suporte, sua base!
Aí reencontro o meu amor.
Vamos seguir caminho, coração?
Esta casa já não está... Meus avós já se foram...
Meus tios se casaram... E eu cresci...
Outras estações nos esperam, coração!...
Feliz dia, coração.
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